Bem hoje estava no dentista... cedinho, confesso que não gosto de dentistas fiz de propósito para ainda ir atordoado do sono... e apercebi-me de toda aquela situação que me rodeava.
Era uma dentista, toda ela dava a ideia de quem fazia exercício, estava saudável prontos... Eis que me deita lá na cadeira, abre-me a boca e mete-se lá a mexer, quando finalmente ganho coragem para abrir os olhos apercebo-me do mundo que me rodeia...
Para começar a situação em si é do mais anti natura, por estar ela dentro da minha boca e não eu dentro da dela... (acho q é neste momento que os leitores pensam "ihhhhhhhhhhh", aquela sensação que representamos com o smiley de abanar a cabeça em sinal de desaprovo), a bela da piadinha porca para fazer as honras da casa.
Depois, não sei se é do medo que realmente sinto daquilo, parece que oiço cada palavra em câmara lenta, tipo matrix, as letras a virem devagar para mim, e a dentista, simpática que é, ia-me dizendo tudo o que ia fazendo. Mete-me um babete, e coloca nela algo também parecido com um babete, em plástico e diz-me (surgindo as letras devagarinho na minha cabeça): agora vou-te B... (surge um B) e eu penso logo B de balançar... vai-me abanar a cadeira... R e eu penso logo BR, será que me vai brindar com alguma oferta da clínica?? Serei o cliente numero mil???... Surge a letra O confesso que ao juntar BRO, como gajo que sou não me ocorreu mais nada a não ser broche..
Surge o C.. BROC e eu confesso que fiquei alegre, só podia ser mm isso... e depois surge um AR... acho que ela percebeu na minha cara que fiquei desapontado, ainda bem que ela tinha as mãos na minha boca para eu não ter de explicar o porque...
Depois, para me descontrair (pensava ela) lembrou-se de falar comigo: "Então estás a estudar onde??" Ao que eu respondi "rlhaccc" , não sou muito bom a conversar quando tenho um aspirador na boca que me deixa mais seco que um carapau nas ruas de Peniche ao sol (uma menção honrosa aqui ao amigo de Peniche ;) ). E continuou a falar comigo como se percebesse os meus grunhidos ao tentar falar com as duas mãos dela na minha boca, uma broca e um aspirador..
Confesso aqui também, que o facto de ela parecer perceber o que eu dizia mesmo não conseguindo eu falar, me fez achar que havia ali uma química entre nós, fiquei enternecido a pensar nisso até que percebi que ela sentia o mesmo, porque disse á empregada "traz-me cá a seringa com o ácido", depois la juntei as letras todas e percebi que não podia ser bom... AH e não era bom mesmo!!
Depois acabado aquilo levantei-me com o lábio de banda, mas sorridente (acho eu... não sentia mesmo o lábio não posso dizer se estava a sorrir ou não) e ela começa a escrever um numero e eu esperto como sou pensei que era o telefone dela e comecei logo a pensar numa cena tipo "ahhh eu ligo-te um dia ou assim...", mas não ia ligar porque a primeira coisa que me ocorreu quando sai da cadeira foi "puta do caralho" (peço desculpa pela linguagem) mas o que ela escrevera não era mais que uma conta, tinha que pagar, era mesmo uma puta... Paguei para estar com uma mulher, se a minha mãe sabe...
Depois pensei outra vez no primeiro dilema que aqui descrevi que ela é que teve o tempo todo dentro da minha boca... :( acho que sou pior que uma puta, ela teve em mim e eu ainda paguei... é do pior!
Bem, já vai extenso, mas precisava de desabafar :P